O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Abalado por ondas de demissões nos últimos anos, o polo naval de Rio Grande vê brilhar no horizonte sinais que despertam alento. A perspectiva de evitar o sucateamento dos estaleiros da região resulta de indicações da Petrobras.
Em recente entrevista à coluna, o gaúcho Roberto Ardenghy, diretor da estatal, frisou que encomendas de plataformas poderão beneficiar o setor naval brasileiro. A Petrobras deve manter a política de construir as embarcações no Exterior, onde os custos seriam menores, abrindo brecha para a conclusão dos trabalhos no país. Assim, os estaleiros nacionais teriam de mostrar a empresas estrangeiras sua capacidade para terminar os projetos.
A possível alta nas encomendas da companhia anima lideranças do setor. Diretor-presidente do APL Marítimo do Estado, Arthur Rocha Baptista avalia que a chance de novos projetos é "sopro de esperança" para o polo naval.
Ele ressalta que os estaleiros gaúchos têm experiência na finalização de plataformas, como é o caso do EBR, em São José do Norte. O complexo, aliás, fechou neste ano contrato com a japonesa Modec para construção de módulos de uma embarcação.
– Precisamos aprender com erros do passado e olhar para frente. Temos expertise para trabalhos de finalização de plataformas – observa Baptista.
Conforme o sindicato que representa os metalúrgicos de Rio Grande e São José do Norte, o polo gera cerca de 500 empregos hoje. No auge, em 2013, o número era de 24 mil.
– Não será como antes, mas há otimismo maior – diz Sadi Machado, vice-presidente do sindicato.