A ideia do Moinhos 1903, primeiro hotel temático de clube de futebol no Brasil – só existe um em toda a América Latina, do argentino Boca Juniors – está relacionada à primeira incursão da Melnick Even na hotelaria. Conforme Juliano Melnick, diretor da incorporadora, tudo começou com um telefonema do diretor de marketing do Grêmio, Beto Carvalho, assim
que soube que haveria uma unidade do DoubleTree, da rede Hilton, no Pontal, projeto na orla do Guaíba.
– Essa é uma primeira experiência. A marca Grêmio também é muito forte fora de Porto Alegre. Se a ideia for tão boa e rentável quanto imaginamos, por que não fazer uma rede? – cogita Melnick.
Na avaliação do empresário, a combinação entre uma iniciativa inédita no Brasil e a força da marca podem permitir a criação de uma rede hoteleira, com unidades tanto no interior do Estado quanto em outros Estados, como Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Caso seja concretizada, significaria também um passaporte para a Melnick Even,
que já tem negócios em 10 cidades gaúchas, atuar fora do Rio Grande do Sul.
Um dos testes para esse apetite será o resultado de uma estratégia também inédita: foram montadas equipes de venda nos consulados do Grêmio de cidades gaúchas. A ambição, segundo o empresário, é negociar ao menos metade das 600 cotas antes do final do ano. O total está estimado em R$ 10o milhões. A operadora será a rede Atlântica, uma das maiores do Brasil, que vai atuar com a bandeira Radisson.
Entre as possibilidades estudadas pela incorporadora e o clube está possibilidade de manter quartos fixos para a equipe, que vai ocupar os andares mais altos do hotel em dia de concentração. Assim, haveria o "quarto do técnico", o "quarto do atacante" e o "quarto
do zagueiro" – com os respectivos nomes, que Melnick prefere evitar. Quando estiverem liberados, hóspedes tricolores poderiam ocupá-los com mais um atrativo: um livro para deixar mensagens para cada jogador.
– Imagina a possibilidade de dormir no quarto em que o ídolo concentra – detalha.