Não houve projetos previstos para o Rio Grande do Sul entre os que foram viabilizados no leilão de energia organizado nesta sexta-feira (18) pelo governo federal. A disputa que prevê geração de eletricidade para entrega em seis anos terminou com um total de R$ 11,16 bilhões em investimentos que se tornarão possíveis graças às regras do setor. Embora o Estado enfrente há anos problemas de conexão para instalar parques eólicos na Metade Sul, havia expectativa de que ao menos algumas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) pudessem ser bem-sucedidas na licitação. Embora haja expectativa de reforço na transmissão, não é um problema que seja resolvido no curto prazo.
– Quando um avião cai, nunca é por uma causa só. O fracasso do Estado no leilão também
é assim, um somatório de condições que envolvem dificuldades de licenciamento, financiamento, conexão – avalia Ricardo Pigatto, empresário do setor de energia que é diretor da Associação Gaúcha de PCHs, conselheiro da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) e integrante da Associação Brasileira de Geração Térmica.
Uma das dificuldades, detalha Pigatto, é a competição desigual. Os problemas começam com o financiamento dos projetos: como o Nordeste tem acesso a fundos subsidiados, as taxas de juro lá são menores, o que permite a oferta de projetos de geração por preços menores. Outra vantagem competitiva nordestina é que, como concentra 90% dos parques eólicos nacionais, novos projetos podem ser elaborados com menor custo de conexão, absorvido pelos primeiros projetos.
– O Estado, diante de diversas solicitações de empreendedores para que houvesse mais estímulos para o setor, optou por resolver outros problemas. O resultado está aí, zero empreendimentos, nem solar, eólica, térmica, nada – desabafou Pigatto.
Para o secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos, a solução passa pela criação de outra forma de disputa:
– O resultado demonstra que precisamos evoluir para realização de leilões regionais, visando fortalecer a geração perto do centro de carga gaúcho.
Leilões como o realizado nesta sexta-feira (18) são a principal forma de viabilizar investimentos em geração de energia no país. Os empreendedores oferecem projetos, e os que tiverem preço mais baixo fazem contratos de longo prazo com empresas de distribuição de luz. Esses contratos funcionam com garantia para as empresas para obter financiamento.
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