A privatização da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), de Canoas, tem uma etapa decisiva nesta sexta-feira (27). Vence nesta data o prazo para que as empresas que participam da disputa assinem o acordo de confidencialidade e avancem no negócio. Esse compromisso representa um passo crucial: separa os “curiosos”, ou seja, os que só examinam a hipótese, dos que realmente têm interesse na compra.
A receita anual mínima exigida para empresas ou consórcios que queiram ficar com as instalações, que incluem terminal de Osório e dutos de transporte, é de
US$ 3 bilhões para empresas ou consórcios de negócios, ou de US$ 1 bilhão em ativos para agentes financeiros, como fundos de investimentos. Na modelagem anterior, que chegou a ser colocada em prática em 2018, a venda da unidade gaúcha havia sido encaminhada em conjunto com a Repar, de Araucária (PR). Para as duas, a receita líquida mínima exigida era de US$ 5 bilhões.
Em agosto, a concorrência chegou a ser alvo de uma extensão de prazo – como a Petrobras prefere chamar o adiamento de um dos prazos do processo –, o que o mercado interpretou como sinal de que não havia sido atingido um número suficiente de interessados. Agora, porém, fontes do mercado apontam que não haverá prorrogação. Por outro lado, a estatal não costuma informar os detalhes sobre os competidores até o final da disputa. Essas vendas representam, na prática, a quebra de monopólio da Petrobras na área de refino e de gás natural, determinada por lei há mais de duas décadas.
Além da Refap, a Petrobras colocou à venda outras sete refinarias com o mesmo calendário da unidade gaúcha, e mais quatro, com anúncio e prazos posteriores. Entre os candidatos apontados pelo mercado como candidatos à compra, estão Cosan (dona das bandeiras
Esso e Shell no Brasil) e Ultrapar (controladora da rede Ipiranga). Ambas têm grandes fatias do segmento de distribuição de combustíveis mas não estão no refino, o que garantiria tranquilidade no exame de concorrência que passará pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Outro grupo de potenciais interessados é formado por distribuidoras médias, como a gaúcha RodOil, que teve aporte da holandesa Vitol, e
a Alesat, comprada pela anglo-suíça Glencore, que atua em mineração.