Embora o dólar tenha se apreciado frente a quase todas as moedas, foi o real que mais perdeu nesta segunda-feira (2). A moeda americana fechou com alta de 1%, a R$ 4,183,
a segunda maior cotação nominal da história. Só alcançou valor maior em 13 de setembro de 2018, quando alcançou R$ 4,195. Nem todos os analistas concordam, mas alguns avaliam que novas pesquisas de opinião mostrando desgaste do presidente Jair Bolsonaro contribuíram para piorar o humor do mercado local em um dia já tenso por conta do noticiário internacional.
– Durante o domingo, a tensão mundial relacionada à guerra comercial entre China e Estados Unidos escalou. Como nesta segunda, é feriado nos EUA, recomendo que amanhã você vá trabalhar de cinto e o aperte na cadeira – afirmou Pablo Spyer, da corretora Mirae, de origem sul-coreana.
Na análise de Spyer, o controle de capitais determinado pela Argentina acaba pressionando a cotação do real ante o dólar. Por mais que os dois países tenham situações cambiais completamente diferentes – as reservas argentinas são escassas diante dos compromissos do país, enquanto as brasileiras "sobram" para dar conta de todas as dívidas nacionais, públicas e privadas –, o analista pondera que muitos investidores relacionam os dois países.
Também em decorrência do feriado nos Estados Unidos (a primeira segunda-feira de setembro marca o Dia do Trabalho por lá), havia pouca liquidez no mercado cambial, explica Spyer, o que acentuou a subida do valor da moeda. Na Argentina, as medidas de restrição a compras superiores a US$ 10 mil mensais fizeram efeito, e a moeda local conseguiu recuperar parte das perdas recentes, fechando em baixa de quase quatro pesos por dólar,
a 58,41.