Depois que a americana LyondellBasell desistiu de comprar a Braskem de seu atual controlador, a Odebrecht, no início de junho, a petroquímica brasileira anunciou, nesta quinta-feira (8), que seu lucro no segundo trimestre, de R$ 129 milhões, caiu 76% ante o obtido no mesmo período de 2018 (veja detalhes abaixo). Na comparação com o primeiro trimestre, a queda foi ainda maior, de 91%, já que o valor era de R$ 1,363 bilhão. Conforme o presidente da empresa, Fernando Musa, o mau desempenho é resultado da combinação de um ciclo de baixa nos preços internacionais das resinas plásticas e de problemas operacionais enfrentados pela própria companhia.
– No segundo trimestre, além dos efeitos do ciclo de baixa, tivemos alguns desafios operacionais na unidade da Alemanha e em Alagoas – disse Musa ao apresentar os resultados.
Um problema ambiental na mina de cloro-soda da Braskem em Maceió levou à parada da produção e ao bloqueio bilionário de recursos da companhia para arcar com custos de compensação. Musa afirmou que não há planos para sair de Alagoas depois do acidente. O executivo também anunciou redução de cerca de 12% nos investimentos previstos para este ano. Do total de R$ 3 bilhões programados, ao redor de
R$ 400 milhões serão adiados. Musa atribuiu a decisão à desaceleração adicional da economia global produzido pela guerra comercial entre Estados Unidos e China.
– Cada vez mais há sinais de uma possível recessão – afirmou, referindo-se ao indicadores de mercado dos últimos dias, que tem espalhado inquietação nos mercados financeiros.
Musa detalhou que o cenário está mais desafiador do que o projetado pela queda no preço internacional das resinas. A expectativa de baixa da empresa foi acentuada pela incerteza aberta por retaliações entre as duas potências globais:
– Quando o orçamento foi feito, havia uma expectativa de resolução do conflito no curto prazo e de forma a ter impacto mínimo na economia global, mas a realidade dos fatos não é essa. Está cada vez mais difícil ver a luz no fim do túnel – observou.
Para o Brasil, o presidente da Braskem diz ver "expectativa positiva para o próximo ano". Até agora, afirmou, não há sinais claros de retomada de indústria automotiva nem de construção civil.
– Para este ano, não estou vendo isso acontecer – completou.