Na mira do programa de privatização do governo Jair Bolsonaro, a Eletrobras preparou pacote para reduzir suas operações. Em comunicado ao mercado, a companhia confirmou que buscará vender sua participação em seis lotes de sociedades de propósito específico (SPEs) – tipo de consórcios empresariais. Dois deles contemplam parques eólicos em atividade no sul do Estado.
O Lote 1 engloba o complexo Santa Vitória do Palmar. A Eletrobras tem participação de 78% no empreendimento. Segundo a companhia, os 22% restantes – da parceira Brave Winds Geradora – também serão oferecidos a eventuais interessados.
O Lote 2 é formado por quatro complexos: Hermenegildo I, II e III, além de Chuí IX. A Eletrobras tem 99,99% das ações de cada uma dessas sociedades.
– A venda faz sentido. A Eletrobras enfrenta dificuldades financeiras. É uma mudança na postura da empresa – avalia Guilherme Sari, presidente do Sindicato das Empresas de Energia Eólica do Rio Grande do Sul (Sindieólica-RS).
As inscrições para eventuais interessados nos ativos serão permitidas entre 30 de julho e 12 de agosto. Os dois lotes gaúchos têm capacidade instalada de cerca de 440 megawatts (MW). Ou seja, quase um quarto do potencial de geração de energia eólica no Estado (1,8 mil MW), segundo o Sindieólica-RS.
– Com a chegada de novos interessados, é possível que haja maior capacidade de investimento nos parques – aponta Ricardo Pigatto, conselheiro da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel).