Em Triunfo, no dia em que a Odebrecht comunicou que a Braskem não será mais vendida à LyondellBasell, a programação era um debate sobre a Semana do Meio Ambiente. Nos círculos gerenciais da empresa no Estado, a orientação é de manter a normalidade da operação.
Entre os clientes da indústria no Rio Grande do Sul, porém, o ambiente foi mais tenso. A notícia colheu o sindicato das fábricas de produtos plásticos, que consomem matéria-prima da Braskem, em reunião de diretoria. Conforme o presidente do Sinplast, Gerson Haas, a falta de perspectiva para a unidade do RS provoca temor quanto à manutenção da normalidade no fornecimento de resinas.
– Entendemos o recuo do comprador como estratégico, para voltar à pauta com vantagens. O risco é que a dificuldade de outros negócios contamine a empresa toda. Caso avance para uma recuperação judicial da Odebrecht, não será bom para o setor. O medo é que ocorra algo parecido com o PVC – diz Haas.
Única fornecedora nacional, a Braskem teve de parar a planta que produz PVC em Alagoas porque houve um desabastecimento que poderia ter relação com uma mina de sal-gema operada pela empresa. Segundo Haas, o mercado interno sem fornecimento, e o preço da matéria-prima subiu 10% em um mês. Admite, porém, que a probabilidade de que isso ocorra é “média”.