Técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vão começar a estudar as três estatais gaúchas que serão privatizadas – CEEE, CRM e Sulgás – e a Corsan, que terá controle público mantido mas será alvo de um processo de abertura de capital. Esse foi o principal resultado da visita do governador Eduardo Leite e dos secretários do Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos, e de Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos, ao presidente do BNDES, Joaquim Levy, nesta terça-feira (19).
Artur Lemos pondera que a votação da retirada da exigência de plebiscito na Assembleia Legislativa"não impede que o Estado vá organizando questões que podem acelerar o passo" das definições. Conforme o secretário, caso a proposta seja aprovada, a intenção é contratar o BNDES, que têm experiência reconhecida em avaliação de empresas e na definição do modelo de venda, para dar apoio e transparência à modelagem. Não houve discussão sobre a eventual intenção do BNDES de financiar grupos privados na compra de estatais – como ocorreu no passado e foi alvo de críticas.
Sobre o momento da venda, às vésperas do anúncio do pacote federal de privatizações, Lemos afirmou que é preciso "aproveitar esse momento em que mercado está afeito" a investir no Brasil e a explorar oportunidades. Negou, porém, que haja intenção de se antecipar à União, como ocorreu no final da década de 1990. O secretário afirmou que Levy se mostrou receptivo e sinalizou que os técnicos do BNDES encaminhem o trabalho de avaliação, mesmo sem contrato. Caso seja derrubada a exigência de plebiscito, formalizar o apoio do BNDES poderia ser o próximo passo.
– A ideia é de que, quando começar o processo efetivo de modelagem, os técnicos já tenham conhecimento acumulado – afirmou Lemos.
Conforme o secretário, apenas a Sulgás, das três estatais candidatas à privatização, já tem algum estudo de mercado, feito em 2017, também no BNDES. Sobre a Corsan, afirmou que houve apenas informação sobre a intenção do Estado de prepara a companhia com instrumentos de governança corporativa para alcançar o nível necessário para abrir capital.
– Deixamos claro que, nesse caso, a intenção é manter a empresa sob controle estatal.