Só com a informação de que havia uma nova reunião para tratar da reforma da Previdência, a bolsa de valores teve mais um recorde nesta segunda-feira (14). Com alta moderada, de 0,87%, chegou a 94.474 pontos pela primeira vez.
Foi a sétima marca histórica em nove dias úteis de 2019, quase todas atingidas sem altas bruscas. A mais pronunciada ocorreu no dia 3, de quase 4%, por conta do entusiasmo com a confirmação da capitalização da Eletrobras na véspera. As demais altas que provocaram quebras de recorde foram discretas e sem ajuda de investidores estrangeiros, que representam quase metade da movimentação da bolsa.
Duas estatais estratégicas, dois almirantes. Além de Bento Albuquerque no Ministério de Minas e Energia, o Planalto escolheu Eduardo Leal Ferreira, também com patente máxima da Marinha, para presidir o conselho de administração da Petrobras. A escolha e a retirada de todos os conselheiros anteriores fez as ações da estatal murcharem 0,76% ontem.
Entre 2 e 9 de janeiro, saíram dos negócios na bolsa brasileira cerca de US$ 1 bilhão em recursos de investidores e especuladores do Exterior, conforme dados da B3, nome da instituição no Brasil. O movimento está relacionado com a situação do mercado internacional de capitais, que teve um início de ano mais preocupante do que promissor.
Entre o impasse entre o presidente Donald Trump e o Congresso americano e a preocupação com o crescimento na China, o dólar ganhou força e o dinheiro grosso fugiu de mercados emergentes como o Brasil, que representam risco maior em qualquer cenário. Diante do dado da B3 e dos movimentos globais, é fácil constatar que a animação no mercado financeiro se deve às expectativas com o governo Bolsonaro.
Ao comentar sua viagem a Davos, na Suíça, marcada para o próximo domingo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai ao Fórum Econômico Mundial para mostrar “o desejo de fazer comércio com o mundo todo”. É isso que os ricos e famosos do refúgio alpino querem ouvir, sem coro desafinado de teses conspiratórias ao fundo.