Correção: a área do Parque Farroupilha, conhecido como Redenção, é de 37,5 hectares. A informação já está corrigida nesta versão.
Começam a surgir os novos contornos de uma grande região da cidade. A negociação entre Porto Alegre Country Club, prefeitura da Capital e incorporadoras gaúchas e de fora do Estado que envolve o trânsito na Rua Anita Garibaldi se tornou uma espécie de corrida do ouro. Nos quatro cantos do Country, surgirão projetos imobiliários que vão redesenhar o entorno de uma das maiores áreas verdes da cidade.
O clube tem 55 hectares (550 mil metros quadrados), uma vez e meia o tamanho do Parque da Redenção. A combinação dos interesses do clube, que queria melhorar sua receita e ampliar seu patrimônio, com a necessidade de dar mais fluidez ao trânsito da Anita provocou a negociação de 21 mil metros quadrados da área, dos quais o doou 6 mil e recebeu índices construtivos (espécie de créditos para exceder limites definidos na regra geral) em troca dos 15 mil restantes.
Além disso, o Country reservou quatro áreas, uma em cada canto de seu imenso terreno – juntas, correspondem a 5% do total – para permutas com incorporadoras. Uma, de 13 mil metros quadrados, já está comprometida com a CFL para construção de cinco torres: uma corporativa, três residenciais e um hotel. A confirmação ainda depende de aprovação, na Câmara de Vereadores, do termo de cooperação acertado com a prefeitura. Até uma construtora do Paraná, a Plaenge, é candidata a uma das áreas. Pelo que sugere o presidente do Country, Paulo Afonso Feijó, há certo incentivo à disputa entre as empresas:
– Vai ganhar quem der mais e fizer o projeto mais bonito. E devem vir outras propostas.
A permuta será feita com área construída. O Country deve ficar com cerca de um quarto de cada um dos projetos, para vender ou alugar. Feijó diz não esperar controvérsias em torno dos projetos porque a área cedida é pequena e porque há previsão de contrapartidas que ajudarão na mobilidade urbana. Como houve polêmica, neste ano, por conta da intenção da prefeitura de cobrar IPTU dos clubes de Porto Alegre, Feijó adianta que, nas áreas permutadas, haverá pagamento do tributo. No terreno que permanece com o clube, não quer nem ouvir falar em cobrança:
– Queriam cobrar IPTU de R$ 22 milhões para uma receita anual de R$ 6 milhões.
Feijó deixa a presidência do Country no final de dezembro para Francisco Nora, atual vice-presidente. Avalia que há consenso no clube de que esse é o limite para permutas no espaço:
– Com 5% da área, vamos gerar o equivalente a 33 anos de receita do clube.