Dois homens suspeitos de praticar uma série de crimes de extorsão contra empresários do Vale do Sinos foram presos preventivamente na tarde desta quarta-feira (18) pela Polícia Civil. Eles foram detidos em Porto Alegre e em Novo Hamburgo. Ambos também são suspeitos de participar de uma facção criminosa. Os nomes não foram divulgados.
Um dos homens, de 37 anos, foi localizado em casa, no Bairro Canudos. O outro, de 40 anos, já se encontrava recolhido na Penitenciária Estadual de Porto Alegre (Pepoa) e teve novo mandado de prisão cumprido contra ele.
Conforme o delegado Ayrton Figueiredo, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de São Leopoldo, os homens procuravam empresas geralmente próximas da BR-116, nos municípios de Estância Velha e Novo Hamburgo.
— Depois, procuravam um contato de WhatsApp das empresas e pediam para conversar com um gerente ou proprietário. A partir daí estabeleciam um diálogo dizendo que estavam oferecendo segurança, um arrego. Eles também falavam que todos os demais empresários do ramo estariam pagando para eles pela segurança e que todo e qualquer empresário que não pagasse sofreria consequências, teriam sua casa e empresa depredadas — contextualiza.
Os valores variavam entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil. Os suspeitos têm antecedentes criminais por porte de arma de uso restrito, roubo, assalto, receptação de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Parte de operação policial
Segundo o delegado, a prisão da dupla é um desdobramento da Operação Timeo, deflagrada em 2021, que mira um grupo criminoso suspeito de realizar extorsões e lavagem de dinheiro no Vale do Sinos, deixando vítimas sobretudo nos municípios de Estância Velha e Novo Hamburgo.
Desde o começo da ação, mais de 40 inquéritos policiais foram instaurados para investigar a atuação da quadrilha. O último foi aberto em fevereiro e redundou nas prisões desta quarta-feira.
O mais jovem dos suspeitos presos nesta tarde é apontado na investigação por fazer os contatos com os empresários para exigir as quantias para garantir a "segurança" dos estabelecimentos e não realizar danos patronais às vítimas.
O outro, que havia sido preso na primeira fase da operação e já estava no sistema prisional, é apontado como líder do esquema. Ele organizava indivíduos que estão em liberdade para realizar as cobranças das extorsões e recebia os valores referente aos crimes em contas pessoais ou de terceiros.