Presidente-executivo da Iguatemi Empresa de Shoppings Centers, Carlos Jereissati assinalou os cinco anos do I Fashion, o shoppping de descontos da empresa em Novo Hamburgo, anunciando projetos de expansão para o empreendimento. Observou, porém, que a execução do plano "espera a reação da economia, que ainda não despertou o apetite por investimento". A ambição é dar ao outlet um perfil mais próximo de um power center (estruturas com grande loja dominante) com mais lazer. A área ajardinada na entrada do I Fashion, por exemplo, deve ser transformada em um parque de diversões. A intenção é deixar tudo pronto para meados de 2019, desde que o tal "apetite" seja despertado, condicionou o empresário. Ainda não há valor estimado para a expansão. Jereissati também comentou o cenário econômico condicionado pelas eleições.
Radicalismo
"O ex-presidente Lula conseguiu o que queria, radicalizar a disputa no Brasil entre duas forças. Isso deixou as pessoas sem boa opção no centro. Foi o grande problema dessa eleição. Eu não voto no PT, votei no primeiro turno no PSDB, poderia ter votado no Novo, há várias forças novas importantes. Não acredito na política do "ou", acho que a política certa é a do "e", que é liberdade econômica com progresso social. É absolutamente possível, é mentira dizer que uni-las não é viável. É preciso ter liberdade econômica, menos Estado, mas também diminuir a desigualdade no Brasil. Espero que uma terceira vá surgir no futuro, para criar um país unido de novo."
Os nós da economia
"Todo mundo sabe o que precisa ser feito. Quando era moleque, 20 anos antes da estabilização do real, todo mundo sabia o que preciso ser feito, mas o debate e as dificuldades políticas não viabilizam. Até que uma pessoa chegou, com vontade política e competência, e fez. A questão é se realmente serão aplicadas as medidas necessárias para fazer com que isso aconteça e se as formas realmente mudaram. Existe uma simplificação das dificuldades do país, mas reduzir o tamanho do Estado e retirar privilégios é o que todos querem hoje. Gosto muito do que o Macron diz, que tem que liberar a energia de quem tem potencial e proteger os vulneráveis, é o "e" que eu falo. O Estado tem essa obrigação, não tem de atrapalhar quem não precisa dele, mas tem que proteger quem é vulnerável."
Ajuste recessivo
"O ajuste pode ser feito pelo lado da despesa, tem muito desperdício no Brasil. Os governantes poderiam mostrar e sinalizar saindo dos palácios, retirando todos esses penduricalhos, como carros oficiais, embaixadas caríssimas pelo mundo, que não são mais necessários hoje. Aplicar de fato o "govtech", que são as tecnologias no governo. Se você demonstrar que está disposto a fazer, as pessoas vão dar credibilidade para não ter de cortar em áreas que sejam um incentivo à economia."
Paulo Guedes
"Não o conheço. Quem nunca esteve no governo tem que ter muita humildade ao entrar, porque não é fácil. O empresariado, a iniciativa privada, tem certa arrogância em relação ao gestor público."