
Uma regulamentação de recarga para veículos elétricos foi aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na semana passada. Aumenta o investimento de montadoras tradicionais, da Volvo, que anunciou para o próximo ano o fim da produção de carros a combustão, à General Motors, que resolveu acelerar o lançamento de recarregáveis. Mas o Brasil ainda não está conectado. Esperada há anos, a revisão da maior alíquota do Imposto sobre Produtos Industriais (IPI) segue patinando. Presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), Ricardo Guggisberg mantém o otimismo e aposta que a decisão do governo ocorra a qualquer momento. Mas adverte que a demora custa caro para todos.
– O mercado está parado, perdemos dinheiro, o governo perde receita porque não toma decisão. Existe consenso para reduzir o IPI do carro elétrico para 7% – afirma Guggisberg.
Carros que utilizam apenas energia elétrica, os elétricos "puros", pagam 25% de IPI, ou seja, um quarto do valor total do produto. Os híbridos, que utilizam motor a combustão e elétrico, 13% enquanto carros flex 1.0 têm 11%. Além da burocracia que atrapalha o trajeto da Rota 2030, projeto que prevê incentivos ao setor automobilístico, o presidente da ABVE indica outros buracos na pista, como o lobby de outros mercados contra as medidas que podem favorecer os ligados na tomada:
– Há medo de abrir esse novo mercado e de perder espaço no Brasil. Só sei que está todo mundo torcendo contra. Precisamos que isso aconteça, caso contrário, o Brasil vai ficar atrás.
De olho na demora da burocracia brasileira, a Nissan já anunciou que trará para o Brasil no início de 2019 o carro elétrico mais vendido do mundo: o Leaf, agora repaginado. No ano passado, com o lançamento da segunda geração (foto) o modelo perdeu o jeitão "protótipo" para assumir um visual mais agressivo, em linha com os esportivos de luxo da Tesla, fabricante exclusiva de modelos ligados na voltagem do excêntrico Elon Musk.