Com a confirmação da venda de 80% do Walmart no Brasil para a Advent, esse investidor ganha peso no Estado. O negócio fechado pelo fundo de private equity (especializado em compra de participações em empresas) é típico desse mecanismo de investimento, focado em gerar resultados em curto prazo.
Conforme porta-vozes internacionais e confirmado pela coluna com fontes locais, o fundo não fará desembolso imediato. A família Walton, dona da maior empresa de varejo do mundo, vai receber com base no desempenho da operação. Isso só é possível porque a Advent é focada em geração de receita. Alexandre van Beeck, sócio-diretor da GS&Consult, prevê “choque de gestão” na rede. O fundo só investe em cinco setores – além do varejo, indústria, finanças, saúde e tecnologia. Para gerir cada braço, busca especialistas com experiência no segmento.
Um deles, Wilson Rosa, conduziu a negociação com o Walmart pelo lado brasileiro. O executivo vem com frequência ao Estado para acompanhar a Quero-Quero, rede com mais de 260 lojas comprada pela Advent em outubro de 2010. Foi responsável por outro negócio com base gaúcha, a aquisição da Fortbras, nascida em Serafina Correa. Conhecedores das práticas da Advent não preveem ganho de sinergia entre a atividade do varejo de descontos, para a qual vai direcionar a rede de supermercados. Na época, da compra da Fortbras, em entrevista à coluna, Wilson Rosa disse admirar o espírito empreendedor do gaúcho e observou, sobre o resultado do principal investimento por aqui:
– A Quero-Quero tem crescido a dois dígitos em um mercado de material de construção em queda. O cenário continua difícil, mas seguimos investindo porque acreditamos que o Brasil vai melhorar.
Tomara que esteja certo, não?