Depois de três semanas com duas ofertas públicas na praça e nenhuma no bolso, o Banrisul fez sua escolha. Cancelou a venda de ações ordinárias da instituição anunciada em outubro passado, adiada em dezembro. Vai focar na abertura de capital da Banrisul Cartões, empresa que inclui a rede Vero e a bandeira Banricompras, popular no Estado. A oferta que incluía ações ordinárias do Banrisul, apesar de ter perspectiva de resultado maior, embutia o risco de o governo do Estado ter, no futuro, um sócio estratégico.
A operação inclui redução de capital do banco, o que significa que o governo do Estado vai retirar recursos do Banrisul. Na prática, ficará com o resultado da venda. No papel, está prevista uma redução de capital equivalente a R$ 353,3 milhões. Com 57% do capital total da instituição, o Piratini embolsaria R$ 201 milhões.
Em face do tamanho dos problemas para pagar salários em dia, seria nada. A expectativa no Piratini, porém, é de o mercado estenda à operação de meios de pagamento e cartões a mesma valorização de companhias bem-sucedidas no mercado, como a Cielo. Está prevista uma assembleia-geral do banco para esta terça-feira (10) em que seriam definidas as características da oferta.