O primeiro passo das obras no aeroporto Salgado Filho não foi construir, mas destruir. Há cinco dias, começou a ser demolida a estrutura prevista para a Copa do Mundo, nunca concluída pela catarinense Espaço Aberto, na época em dificuldades financeiras. Detlef Dralle, presidente da HTB (ex-Hochtief), do consórcio responsável pela ampliação, lamentou o “desperdício de dinheiro público”, mas avaliou ter sido a melhor solução, dado o volume de ar detectado no concreto. Apesar de não ter entregue a obra, a construtura levou R$ 30 milhões do contribuinte.
Executivos alemães nem piscam ao apontar o prazo como maior desafio. Ao responder em público à convocação para cumprir o cronograma de Andreea Pal, CEO da Fraport, Dralle disse:
– Após 23 anos de espera, deixa com a gente.
Disse que, depois do momento feliz que foi a vitória na licitação, agora começa “trabalho duro e sofrimento”. Mas insistiu que a obra será entregue “dentro da verba, do prazo e com qualidade”.
O local escolhido para marcar oficialmente o início da ampliação será a subestação de energia do aeroporto. Apesar da encenação com areia e pás protagonizada pelas autoridades, que espantou um dos alemães – “agora vão mover da esquerda para a direita” – a máquina que perfurava o solo para fazer as fundações trabalhava de verdade. O governador José Ivo Sartori preveniu os responsáveis de que a imprensa vai acompanhar a obra. A história recente recomenda.