No dia seguinte a um dos piores desempenhos de empresas de tecnologia na Nasdaq, o Facebook anunciou nesta quarta-feira (28) "medidas adicionais" para que integrantes da rede social possam ter mais controle sobre seus dados. A empresa já perdeu 25% do valor das ações depois do escândalo Cambridge Analytica (CA). Seus papéis, que estavam acima de US$ 200, são cotado hoje ao redor de US$ 150.
Assim como no textão do Face publicado na conta de Mark Zuckerberg, é possível detectar sinais de inquietação na nova tentativa de aplacar a ira dos usuários. Apesar de duas altas executivas da empresa terem anunciado em um blog nesta quinta-feira, os ajustes só serão feitos em "algumas semanas". E depois de dias com Facebook em queda livre, na terça-feira (27) a Nasdaq passou a registrar perdas em ações de outras empresas de tecnologia – principalmente Amazon e Netflix – por motivos relacionados ao escândalo.
Um desses fatores é a especulação sobre o aperto de regulação que deve se seguir como consequência à exposição da brecha pelo caso da Cambridge. Outro diz respeito a eventual proibição a investimentos chineses em tecnologia digital nos Estados Unidos. E no caso específico da Amazon, uma suposta "perseguição fiscal" engatilhada por Donald Trump faz a empresa perder mais de 6%.
Nesta quarta-feira (28), é outra empresa de tecnologia, a Tesla, que ajuda a mergulhar a Nasdaq em um período raro nos últimos anos: dois dias de queda forte, que já se aproxima de 4% no acumulado. Em decorrência da abertura de uma investigação sobre um acidente com vítima fatal ocorrido na semana passada na Califórnia, as ações da companhia de Elon Musk têm queda acumulada, até agora, início da tarde, em 15%.
Um homem de homem de 38 anos morreu na sexta-feira passada (23) depois que seu Model X, equipado com tecnologia de direção semiautônoma, chocou-se com uma barreira na estrada, perto de Mountain View. Em tese, o carro é equipado com recursos como prevenção de colisão autônoma e frenagem automática de emergência.