Depois que se tornou pública a falta de controle dos dados dos usuários do Facebook, por conta de seu uso irregular por empresas de consultoria política, a empresa de Mark Zuckerberg perde valor na bolsa em Nova York. As ações acumularam queda de 6,77% nesta segunda-feira (19), o que significa perda estimada em US$ 36,4 bilhões no valor de mercado da empresa.
O declínio do Facebook levou a uma queda de 1,84% na Nasdaq, bolsa de tecnologia de Nova York que negocia diretamente ações da empresa. Também arrastou a Nyse, principal mercado acionário dos EUA, que caiu 1,35%. No Brasil, os investidores acompanham a tendência mas a atenuaram, e a bolsa teve queda de 1,15%.
Tudo começou com a revelação, por jornais britânicos e americanos, da forma como Christopher Wylie, um jovem de 28 anos formado em Ciência da Computação, expôs a forma como dados de 50 milhões de usuários foram expostos para uso por uma empresa de consultoria política chamada Cambridge Analytica. O objetivo teria sido influenciar as campanhas que elegeram Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e que levaram à saída do Reino Unido da União Europeia, processo conhecido como Brexit.
Revelada por detalhadas reportagens no final da semana, a manobra não apontou ilegalidade, ou seja, não houve exatamente "roubo" de dados. Os usuários teriam sido manipulados por um quiz, no qual respondiam sobre caraterísticas de seu perfil e, no final, davam permissão para que o aplicativo tivesse acesso não só aos dados pessoais mas de todos os amigos na rede.
A União Europeia, que já andava com a gigantes da internet na mira – Google e Facebook, principalmente – por conta da disseminação de notícias falsas, informou que vai investigar a empresa de Zuckerberg por invasão de privacidade. As autoridades do bloco querem saber como o Facebook trata os dados de seus usuários.