Que a recuperação da economia será lenta virou consenso. Mas a Unidade de Estudos Econômicos da Fiergs, comandada por André Nunes de Nunes, desenhou a velocidade (gráfico acima). Ao comparar a velocidade de retomada do pico anterior a cada período de queda do Produto Interno Bruto (PIB), a equipe cravou: deve ser a mais lenta da história. A projeção é de que o Brasil só volte a alcançar o valor do PIB de 2014 em 2020. O maior tempo para voltar ao nível anterior, até agora, foi da crise da dívida pública, entre 1981 e 1982.
Apresentada na antevéspera da decisão do Banco Central (BC) que deve levar o juro básico ao menor patamar da história, a projeção da Fiergs embutiu uma estimativa otimista: a de que a taxa de referência se mantenha na média de 7% ao longo de 2018. Nunes estima que possa haver um novo corte de 0,25 ponto percentual no início do próximo ano, para depois voltar a subir até meados do ano. O economista lembrou que, em ano eleitoral, o BC não costuma mexer na Selic nos meses mais quentes da campanha.