Bem que, da última vez que a coluna perguntou, a resposta da empresa havia sido "por enquanto, não". Mas agora, foi. A Gerdau anunciou na tarde desta sexta-feira que está em "processo de transferência" de parte de suas áreas corporativas para São Paulo. O que sobrar das áreas corporativas da empresa no Estado passará a funcionar nos escritórios da usina Riograndense, localizada em Sapucaia do Sul.
Conforme a Gerdau, a medida está relacionada com a "evolução da governança anunciada" em agosto – a saída dos atuais gestores ligados à família Gerdau Johannpeter da gestão do dia a dia até dezembro. Não há perda de arrecadação para o Estado, porque as atividades industriais serão mantidas. Mas uma centena de funcionários, com salários elevados, será deslocada para São Paulo, levando para a capital paulista um consumo de alta renda que antes ficara no Rio Grande do Sul.
Uma das justificativas da empresa para a decisão é de que concentrar decisões estratégicas em São Paulo vai agilizar decisões ao aproximar áreas corporativas das operações de negócios. Ainda no capítulo explicação, a empresa pondera que está em São Paulo o principal mercado financeiro do país e a bolsa de valores na qual as ações da empresa são mais negociadas globalmente. E ainda menciona os valores de simplicidade e austeridade que norteiam os negócios.
A título de consolo, a Gerdau afirma que não "deixa" – no sentido de "abandona" – o Rio Grande do Sul, Estado de origem da empresa de 116 anos. Além de duas usinas de produção de aço (Sapucaia do Sul e em Charqueadas), de várias unidades da Comercial Gerdau e de corte e dobra de aço, o conselho de administração da empresa continua com escritórios em Porto Alegre.