Na semana em que o economista francês Thomas Piketty esteve em Porto Alegre, onde advertiu para os riscos da desigualdade extrema – e reforçou que o Brasil está nessa situação –, a coluna apresenta uma seleção de filmes que aborda essa realidade. Sob vários pontos de vista, os filmes ilustram como desequilíbrio pode ser compensado, mas também como oferece riscos à estabilidade de pessoas e situações em situações extremas.
No Topo do Poder (2015)
Com roteiro adaptado do livro de J.G. Ballard publicado em 1975, explora conflitos de classes mesmo entre uma camada da população que deveria estar distante desse tipo de problema. O "topo" do título é referência à torre gigantesca em que se passa a história, criada para ser um refúgio mas se torna o oposto.
McFarland dos EUA (2015)
Conta uma história, baseada em fatos reais, de um professor de educação física que incentiva um grupo de jovens a disputar corridas de cross country. Narra o desafio a partir da realidade de uma escola rural que concentra humildes de origem latina, que enfrentam e superam condições desiguais de formação e de acesso à prática de esporte.
Elysium (2013)
A ficção científica também costuma transferir as desigualdades contemporâneas para seus variados futuros distópicos. Esse foca o ano de 2154, quando os muito ricos vivem em uma estação espacial enquanto o resto da população mora em uma Terra arruinada, ecoando o apartheid sul-africano.
O Som ao Redor (2012)
A partir do cenário de um bairro de classe média da Recife atual, revisita e atualiza conflitos históricos. No caso, parte da figura emblemática no Nordeste, um ex-senhor de engenho. Agora dono de muitos imóveis, ainda é capaz de provocar mudanças indesejadas no cotidiano dos que habitam nos arredores e acreditavam estar em outra fase.