O primeiro sinal positivo no emprego, conforme a estatística do Caged, ocorreu em fevereiro: resultado positivo de 35,6 mil vagas, depois de 22 meses de números insistentemente vermelhos. Em março, o ânimo esfriou, com 63,6 mil de saldo negativo. O dado de abril volta a acender as esperanças.
É bom lembrar: o Caged é um balanço de toda a movimentação de vagas formais – leia-se, com carteira de trabalho assinada. No mês passado, houve 59,8 mil pessoas a mais empregadas no país, depois de contabilizar as que foram dispensadas. Desse número, quase a metade – 24,7 mil – foi somada à força de trabalho formal do país em abril no setor de serviços, que, um mês antes, enfrentara queda de 2,3% em relação a fevereiro.
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A surpresa positiva com o número do Caged decorre do consenso sobre o fato de o nível de emprego ser um dos últimos indicadores que vão se estabilizar, caso se confirme o fim do período recessivo. Por isso, é significativo que a maior contribuição tenha vindo de um setor com recuo no mês anterior: mostra que a economia está menos exposta a resultados pontuais. Também indica que o país experimenta, de fato, fase de transição entre números vermelhos e azuis, que marca processos de saída de recessões profundas e duradouras.
A segunda maior fonte de empregos foi a agropecuária, sobre a qual recai boa parte da contribuição para a recuperação nos indicadores de atividade, com 14,6 mil. Em terceiro, o setor que mergulhou antes na crise, a indústria, compareceu com a geração positiva de 13,7 mil vagas em abril. Mas também há sinais da fase de transição no que ainda está pintado de vermelho: na construção civil, houve 1,7 mil perdas de vagas no mês passado.
No Estado, apesar de abril ter fechado com 3 mil demissões a mais do que contratações, no quadrimestre o saldo positivo ficou 0,87% acima de igual período de 2016. Se tudo der certo, a segunda quinzena de maio será a marca de 2017: em vez de só números negativos, convivência entre vermelhos e azuis.