Artur Lemos assumiu a Secretaria de Minas e Energia na saída do deputado estadual Lucas Redecker, que voltou à Assembleia. Advogado, aprendeu sobre o setor elétrico em dois anos e encarou parte do protagonismo da estratégia do Piratini de expor com clareza os dados das estatais para as quais o governo do Estado quer dispensa de plebiscito para privatizar ou federalizar.
Os R$ 3 bilhões da CEEE foram para o caixa único?
Não. Serviram para sustentar a CEEE, pagando energia, que era cara, e dívidas com agentes do setor. Pouco foi para investimento e muito para custeio do setor elétrico.
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É viável o plano de recuperação da CEEE que passa pela venda de participações em sociedades de propósito específico?
Na venda de participações da CEEE-GT, com transferência para a CEEE-D, se fosse por empréstimo, representaria custo extra. Se fosse por distribuição do resultado para acionistas, apenas a parcela de 65% ficaria para o Estado, que faria aporte na CEEE-D. A necessidade é de R$ 800 milhões, e o resultado das vendas para o Estado seria no máximo de R$ 650 milhões. O problema não seria resolvido.
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O Piratini freou a recuperação da CEEE para torná-la insustentável?
Seria um contrassenso desqualificar ativos e, depois, colocá-los em venda. A redução de pessoal era uma das atividades do plano. Outras vêm sendo implementadas. Agora, é claro, por ser uma empresa pública, a velocidade não é tão rápida.
A CEEE não pode enxugar pessoal?
Apesar de regidos pela CLT, os funcionários são concursados e têm estabilidade provisória. Precisa ser demissão motivada.