A vitória da Fraport no leilão do aeroporto Salgado Filho, em março, e a inauguração do Centro de Estudos Europeus e Alemães da América Latina, nesta semana, aproximaram a Alemanha de Porto Alegre. Embaixador do país europeu no Brasil, Georg Witschel relaciona os movimentos recentes aos laços germânicos no Estado, construídos por famílias e empresas em diferentes etapas.
– O Rio Grande do Sul é, talvez, nosso parceiro mais importante no país – afirmou o embaixador nesta terça-feira, na Capital, antes de reunião-almoço da Câmara Brasil-Alemanha.
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Além da relação histórica com o Estado, Witschel apontou indícios de retomada na economia brasileira, classificados por ele como "flores de primavera", para explicar os investimentos em Porto Alegre. Em novembro próximo, a Capital ainda receberá o encontro anual de negócios Brasil-Alemanha, que ocorre um ano aqui, outro lá.
– Ouvimos empresas alemãs que estão no Rio Grande do Sul, como SAP e Stihl, para entender o mercado. Temos essas informações. Ainda há números como redução da inflação e juro mais baixo que ajudam – observou.
Ao analisar o projeto da Fraport, que administrará o Salgado Filho por 25 anos – prorrogáveis por mais cinco –, o embaixador comentou que o investimento não foi feito "para ter lucro rápido".
– É um negócio com risco limitado. O fundo do poço da crise no Brasil já foi atingido – avaliou.
Para Witschel, tanto o Rio Grande do Sul como a companhia alemã poderão "ganhar muito" com o investimento no terminal. Pelo lado gaúcho, lembrou que uma das obras necessárias, a ampliação da pista, que ainda não deu sinais de decolagem, poderá reduzir os custos de transporte para exportadores.