Ao contrário da coluna, que considerou o primeiro discurso do presidente Donald Trump no Congresso pouco consistente, o mercado se animou. O que fez brilhar os olhos dos investidores foi o plano de investimentos em infraestrutura de US$ 1 trilhão. E por que a coluna não gostou: Trump apenas citou o programa, sem detalhar nem dar pistas mais concretas de onde vai sair o dinheiro nem qual será a prioridade de aplicação.
Depois de um fechamento cauteloso antes do pronunciamento, a bolsa de Nova York parece ter reaberto o “rali Trump”, seguido por vários mercados, inclusive o do Brasil. Ajudou o tom ligeiramente mais moderado do discurso em relação ao da posse. Agora, mantém-se a dúvida: como Trump vai viabilizar seu programa de US$ 1 trilhão, praticamente um novo New Deal?
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Por conta das comparações com o programa do governo Rooselvet, Trump vem sendo chamado de “neokeynesiano”, para irritação dos economistas que se alinham com essa corrente. Mas só a ambição e o desejo de ver a economia americana decolar unem os dois planos. Nos anos 1930, Rooselvet buscava saída da Grande Depressão com frentes de trabalho para combater o desemprego e a fome, abrindo estradas e cavando poços.
Hoje, se o crescimento dos EUA não convence, está longe da situação de penúria de há quase 90 anos. O nível de desemprego, que havia decolado para perto de 10% logo depois do auge da crise contemporânea, entre 2007 e 2008, aproxima-se dos níveis médios históricos. A atual estrutura tecnológica também exige novos parâmetros. Onde Trump esconde o plano para executar seu plano?