A crise cruzou a frente das atividades da Mercedes-Benz no Brasil. O CEO da montadora alemã no país, Philipp Schiemer, reconhece que o nível de produção está "baixo" e estima que deverá estacionar em menos de 30 mil veículos neste ano – a empresa chegou a fabricar cerca de 70 mil. Em visita a Porto Alegre, onde participou de reunião almoço da Câmara Brasil-Alemanha, nesta quinta-feira, o executivo preferiu não fazer projeções de quando o setor automotivo retomará o fôlego.
– É preciso que haja queda de juros e baixa da inflação. Com financiamento mais barato e acessível para empresas, poderemos ter crescimento – apontou.
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Schiemer pisou no freio quando foi perguntado sobre as demissões de funcionários em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Especulações dão conta de que 2 mil funcionários teriam os empregos cortados.
Nesta semana, 10 mil trabalhadores da empresa entraram em licença remunerada por tempo indeterminado – medida adotada para compensar a queda na produção da indústria. Segundo o CEO, negociações com sindicalistas estão em curso.
O executivo destacou ainda que a Mercedes-Benz "renovou o portfólio de produtos" em 2016, quando completa seis décadas no país, apesar das barreiras da economia nacional.
– Quem sobreviveu 60 anos no Brasil vai sobreviver mais 60 – disse.