Quanto mais se ventila a incrível história dos parques eólicos destruídos pelo vento e por imprevidência, mais os cabelos se desalinham. Os parques Cerro Chato 4, 5, 6 e Cerro dos Trindade, em Santana do Livramento, consumiram mais de R$ 300 milhões, parte em recursos de empresas públicas, mas não contribuíram para o abastecimento de energia.
– Os parques são propriedade da Eólicas do Sul, sociedade de propósito específico da qual a Eletrosul é acionista minoritária. O controlador é o fundo Rio Bravo Energia. A empresa recebeu seguro relativos aos equipamentos danificados, mas soma R$ 411 milhões de prejuízo entre 2014 e 2015.
– Na justificativa da Aneel, agência reguladora do setor, para a não concessão de "caso fortuito", que justificaria a falha na entrega da energia gerada, é citado o fato de parques próximos não terem sido danificados. O parecer destaca que "empresa poderia ter adotado para seus aerogeradores maior coeficiente de segurança".
– A situação da Wind Power, empresa da Impsa em Suape (PE) responsável pelo fornecimento, é mais do que exótico: já teve falência decretada e, depois, levantada. Na inauguração da unidade, esteve a então presidente da Argentina Cristina Kirchner.