Não para de crescer a lista de empresas vitimadas pela recessão atravessada pelo país. Dados da Serasa Experian mostram que, em todo o território nacional, 1.287 empresas pediram recuperação judicial no ano passado, um crescimento de 55% em relação a 2014. Mas no Estado a busca pelo instrumento aumentou em um ritmo ainda maior. Foram 120, quase 10% do total do país e 80% acima de um ano atrás, indica levantamento feito a pedido da coluna.
O economista Luiz Rabi, da Serasa, observa que o número do ano passado já foi o maior desde a criação da lei, mas o quadro tende a piorar em 2016. Em janeiro, a quantidade de pedidos de recuperação judicial no país já foi 30% maior ante o mesmo mês de 2015.
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- Para este ano, esperamos um novo recorde. As estimativas para a economia estão cada vez piores. Em dois anos, teremos um tombo de quase 8% do PIB - constata o economista.
Rabi observa ainda que, ano passado, foram as grandes empresas que apresentaram o maior crescimento de pedidos de recuperação judicial, ao contrário de anos anteriores.
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- Esse é um instrumento principalmente para grandes e médias empresas. As pequenas muitas vezes apenas fecham as portas e os credores sequer vão atrás porque sabem que não vão receber - analisa Rabi.
Vale lembrar que a recuperação judicial é uma saída jurídica utilizada para tentar superar uma crise na empresa, mantendo a atividade, os empregos e, ao mesmo tempo, os interesses dos credores. O objetivo é evitar a falência.
Quando o pedido é aceito pela Justiça, a companhia tem um período de proteção de 180 dias contra execuções de dívidas. Em 60 dias, deve apresentar um plano de recuperação que depois tem passar pelos credores.