Meses de hospital – no carinho e eficiência do Moinhos de Vento onde há mais de 50 anos tive meus filhos – proporcionam muuuito tempo para observar e refletir sobre as loucuras do mundo cada vez piores. (Semana que vem já em casa.)
A pobreza menstrual foi o primeiro choque. O que seria isso?
Fui ver e é tragédia mundial: mulheres tão miseráveis que não conseguem receber absorvente que o Estado deveria fornecer, não vão à escola nem ao trabalho, e se protegem com panos velhos, jornal velho, pão velho.
Quem vetaria a distribuição gratuita de absorventes? Pois vetam. E se os sangrantes fossem homens???
Pior de tudo não sei se é, mas a fome faz seres humanos viverem nos lixões, ou coletarem ossos descartados para fazer alguma sopa em casa.
Por que não se oficializa distribuição gratuita obrigatória de alimentos bons que sobram de restaurantes, bares e hotéis???
Vergonha e crime.
Sem falar na obscenidade com que se trata a questão das vacinas e do tratamento dos doentes? Carnificina pura e simples.
Realmente, o mundo em que vivemos é um i-mundo. Mundo é ordem. Nós somos a des-ordem cruel, assassina, cínica, cretina, hora a hora repetida, discutida e afirmada, como um vômito insensível na nossa cara o dia todo.
Nem Deus nos ajuda.