A escada tem um final, ou tudo é fantasia? Isso nos dá medo e nos torna agressivos?
Tenho me feito essa talvez estranha pergunta porque nunca nos vi tão prontos para o salto com garras e dentes à mostra.
A jugular, os olhos, talvez a alma.
Verdade que o mundo enlouqueceu um pouco mais de medo com o vírus, a Mãe Natureza não está de brincadeira, haja terremoto, deslizamento, incêndio e inundação. Haja guerra, guerrinha, brigas e insultos pessoais.
Por outro lado, estranhamente, nunca quisemos ser tão chiques, às vezes disfarçados de rústicos, naturais, de uma modéstia cuja falsidade grita aos céus como diziam os antigos.
Estamos agitados, assustados, cruéis e agressivos, mesmo debaixo das sedas e joias exóticas.
Nem todos, nem sempre, mas... olhando ao redor, que susto, que medo.
Talvez a agressividade nos alivie do medo e da solidão.
Tenho tido tempo demais para observar e refletir até dentro de mim mesma.
Também não sou doce nem santa nem um lago de tranquilidade, ando numa fase de pedir colo, quem pensaria, não é?
Na invenção da casa da vida, sempre surge aquele muro, aquele portão enorme, aquela escada que parece não dar em lugar nenhum.
Subo uns degraus, mas acho que se puder desço correndo.