O texto abaixo me chegou através de minha filha Susana, médica de emergência, que diariamente lida, atende, tenta curar e salvar males terríveis infligidos a pessoas inocentes, sobretudo crianças. Chegou anônimo, mas silenciosamente peço licença a quem o escreveu, tão bom, bonito, tão leve, para o transcrever aqui embaixo, como parte desta coluna. Pois acredito nele. Pois me fez um grande bem. E estamos precisando de coisas, pessoas, palavras, que nos façam bem.
“Para cada pessoa dizendo que tudo vai piorar, existem cem casais planejando ter filhos.
Estamos precisando de coisas, pessoas, palavras, que nos façam bem.
Para cada corrupto, existem 8 mil doadores de sangue.
Enquanto alguns destroem o meio ambiente, 98% das latinhas de alumínio já são recicladas no Brasil.
Para cada tanque de guerra fabricado no mundo, são feitos 131 mil bichinhos de pelúcia.
Na internet a palavra ‘amor’ tem mais resultados do que a palavra ‘medo’.
Para cada muro que se ergue no mundo, 200 mil tapetinhos escrito ‘bem-vindo’ se colocam diante das portas de casas e apartamentos.
Enquanto um cientista projeta uma nova arma, 1 milhão de mães fazem bolo de chocolate.
Há razões para acreditarmos que bons são a maioria.”
E me dei conta, lendo e relendo esse texto despretensioso mas precioso, que estamos demasiadamente queixosos, assustados, negativos e pessimistas. Claro que não é fácil ser positivo com o que se desenrola aos nossos olhos e entra em nossos ouvidos, sobre tragédia, guerra, fome, assassinatos e carnificina ou abandono todos os dias. Mas, diziam as doces freirinhas de uma escola que frequentei por algum tempo quando adolescente, que “o mal grita, o bem murmura”. Nesse texto se mostra que esses murmúrios podem ser mais fortes do que os berros malignos que tantas vezes parecem nos cobrir de negras nuvens ameaçadoras.
Assim, vai aqui uma mensagem de ânimo, começando por mim – eu, de coração partido há décadas com os horrores que nossa metade maligna impõe a tanta gente. Respirei fundo, e disse a mim mesma, sim, bons são a maioria, os que trabalham, amam, constroem suas vidas, suas casas, suas famílias, ou ajudam outros nessa tarefa; os que cuidam de doentes, os que assistem os miseráveis, os que se importam, os que dividem, os que buscam mais a harmonia interior do que um Everest de dinheiro.
Aos decentes, nesta terra nossa, hoje minha cumplicidade amorosa.