Escutei na tevê essa frase tão óbvia e simples, que acabei achando um luxo: "Hoje em dia, a simplicidade é um luxo; e outro luxo é o tempo". Postei no meu Face, muita gente marcou, pensa assim também. Fiquei elaborando isso com os botões que não uso: essa transformação para valorizar o simples – ainda que seja meio de mentirinha, porque em geral acaba sendo simples sofisticado – é na verdade uma coisa muito boa. Vira tranquilidade. Vira liberdade. É anticorreria, antiostentação, anti-ter-de-tanta-coisa. Não ter de obedecer a tantas regras, poder usar o aventuresco até na casa: cadeiras e copos desiguais de propósito, roupa descombinada, o estilo é o que agrada a cada um. Podermos viajar nas almofadas exóticas ou superdiscretas, tapete idem, folhagem enorme num grande vaso ou flor num copinho de cachaça, tudo ali do jardim ou do terraço, livro espalhado ou mal empilhado. Abrir a cortina e a manhã inaugurar a vida com sol, azul, e até o luxo de um leve nevoeiro baixo. E as amizades, ah, as amizades sem inveja nem ciumeira nem cobrança, nem ressentimento, quando dá a gente se encontra, inventa um happy hour, ou passa meses sem se ver mas continua se amando igual.
Simplicidade
O luxo do simples
Quando o difícil fica cada vez mais difícil na vida, podemos ser mais simples até no café da manhã
Lya Luft
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