Em nota oficial, o Grêmio acabou divulgando, na noite de terça-feira (30), que desistiu da contratação do atacante Borré, do River Plate-ARG. Confesso que achei muito estranha a situação colocada no último final de semana, quando o clube - através do presidente Romildo Bolzan Jr - tratou publicamente da negociação, que vazou via imprensa argentina. Tal situação não é normal no mundo do futebol, dos dirigentes abrirem uma tratativa quando ela ainda não está completamente finalizada.
O fato do colombiano ter dado a palavra de que assinaria um pré-contrato, mas que ainda estava pensando no assunto, deixou uma margem grande de interpretação. A situação tinha todos os contornos de virar uma longa novela, se arrastando em muitos capítulos, com o Tricolor esperando a decisão do atleta, sem ter a certeza de um final feliz. Além disso, o investimento tricolor não seria pequeno para contar com o jogador. Não adianta trazer um profissional, se ele não está confortável com a transferência. Vamos combinar que se Borré estivesse realmente convicto da vinda para Porto Alegre, já teria firmado o acerto definitivo. Como não quis vir, paciência. Vida que segue!
Claramente, Borré ainda espera ter uma proposta do futebol europeu. Um direito legítimo. O Grêmio fez muito bem em colocar um ponto final na história. Não pode ficar esperando a vida inteira. Até porque precisa encontrar um atacante para o restante da temporada. Mas para fechar, coloco uma questão. O Grêmio não estaria fazendo um recuo estratégico para forçar uma resposta? A gente sabe que no futebol, tudo é possível.
Lembro que, há pouco, o Inter desistiu publicamente da contratação de Yuri Alberto junto ao Santos. Só que depois de uma reviravolta, o atleta veio para o Beira-Rio. Recentemente, o próprio Grêmio negou a possibilidade de contratar Rafinha. Hoje o lateral-direito já está treinando no CT Luiz Carvalho. O contrato de Borré com o River Plate termina no final de junho. Até lá, ele ainda pode assinar com alguém. Futebol é dinâmico!