Deixo claro que não importa enumerar os valores envolvidos em qualquer uma das negociações citadas aqui na coluna. Questão salarial é algo muito particular. O repórter Saimon Bianchini trouxe aqui em GZH os bastidores do contrato assinado por Thiago Neves. Muito se falou sobre a existência de uma tal "cláusula de produtividade", que preservaria o Grêmio de qualquer desinteresse apresentado pelo atleta.
Pela informação trazida também pelo colunista Eduardo Gabardo, bastava ao meia assinar a súmula em 20 partidas da temporada para ter o contrato ampliado com o salário aumentado em quase o dobro, na forma de luvas. Pouco importam os resultados de campo ou gols marcados. Na verdade, a produtividade prevista é apenas ficar à disposição. Vamos combinar que a existência da cobrança dessa forma é inexistente. Mesmo sem dar resposta, Thiago Neves estaria sendo brindado com todas as vantagens. Desse jeito, o contrato era bom apenas para o jogador, péssimo para o Grêmio.
Impossível não fazer a relação direta com o impasse financeiro que se estabeleceu recentemente com Ferreira, guri promissor da base, que recebeu do Tricolor uma proposta muito inferior, em termos de valores se comparado ao que ganha Thiago Neves, para renovar o contrato. Difícil entender qual o critério utilizado pelos dirigentes. Fico imaginando também no que pensa o torcedor gremista, que paga sua mensalidade em dia mesmo em tempos de pandemia, quando a grana está mais escassa.
Com a repercussão extremamente negativa do formato do contrato de Thiago Neves, o presidente Romildo Bolzan Jr entrou em ação. O mandatário gremista enviou um WhatsApp para o narrador Pedro Ernesto Denardin, durante o Sala de Redação, avisando que o vínculo do meia com o clube será rescindido. É a clara amostragem de que internamente, o Tricolor está vendo que as coisas não estão indo por um bom caminho.