A saída de Erik até pode passar desapercebida pelo torcedor colorado. No clube desde os 11 anos, o guri de Quaraí esteve em campo no time principal do Inter por apenas 84 minutos desde que foi promovido por Odair Hellmann em 2019. Muito pouco tempo para qualquer fazer uma avaliação definitiva. Na prática, foram somente dois jogos do Brasileiro do ano passado, quando acabou entrando no lugar de Natanael, nas derrotas para o Goiás e o Athletico-PR. Nenhuma chance no Gauchão 2020.
Com a negociação para o Al Ain, ficam nos cofres colorados US$ 750 mil (R$ 4 milhões), além de 50% dos direitos do atleta para lucrar em uma futura negociação. Mesmo apostando que o lateral pode render mais algum recurso em futura negociação, não dá para considerar que foi uma grande negociação.
A título de comparação, no início do ano, o Inter contratou Moisés junto ao Bahia por pouco mais de R$ 2 milhões, relativos a 15% dos seus direitos. A venda apressada de Erik indica a crítica situação financeira do clube tão falada pelos dirigentes, agravada pela pandemia.
Na briga pela titularidade da lateral esquerda do time de Eduardo Coudet, Erik já estava fora dos planos. Vinha treinando até fora de posição. É fato que Moisés foi contratado para ser o titular.
Fica a questão: por que não ter um prata da casa, identificado com o clube, como primeira opção de reserva? As chances são sempre de jogadores mais rodados.
Uendel já teve dezenas oportunidades. Precisa recuperar espaço. Já Natanael ainda não se firmou desde a chegada. Agora, quem passa a ser o último na fila é outro menino, Léo Borges, também de 19 anos, que surgiu no título conquistado da Copa São Paulo, em janeiro. Resta saber se ele, pelo menos, terá mais chances do que Erik no time principal.