Os novos tempos apontam para um futebol no Brasil menos inclusivo. As imagens históricas de torcedores de origem humilde, na geral do velho Maracanã, ficaram no passado. Nossos estádios em Porto Alegre também são cada vez menos frequentados por quem tem pouca grana. Os ingressos ficaram muito caros, principalmente após a Copa do Mundo de 2014 com os luxuosos estádios.
Infelizmente, o futebol deixou de ser entretenimento para o povão. Até se entende que os clubes precisam de altas receitas para manter uma estrutura extremamente cara, com os salários astronômicos dos atletas. Porém, isso fará que somente as pessoas que possuem uma renda maior consigam arcar com o custo de ir ao estádio para acompanhar seu time.
Agora a meia-entrada, que beneficia uma grande parcela de estudantes e idosos, está correndo risco de sumir do mapa. O Flamengo, o time mais popular do país, está dando o pontapé inicial para detonar a vantagem.
O clube cobra do governo federal uma indenização pela receita de bilheteria que deixou de arrecadar, devido a lei da meia-entrada no Rio de Janeiro. Por se considerar uma instituição privada, a entidade carioca não quer ter o custo da meia-entrada instituída pela Lei de Acesso à Cultura.
Com isso, o rubro-negro busca o ressarcimento do valor não recebido em todos os jogos que teve como mandante nos últimos cinco anos. O passo dado pelo Flamengo pode ser o primeiro para terminar em breve com o benefício no futebol.