Os treinamentos coletivos e com aproximação estão vetados em Porto Alegre e Região Metropolitana. Por isso, o Grêmio está a caminho de Santa Catarina. Afinal, no estado vizinho os trabalhos requeridos pelo Tricolor são permitidos de acordo com os decretos estaduais e municipais. Com o mesmo objetivo, o Inter também estuda a possibilidade de trabalhar fora do Estado. No entanto, o Governo do Rio Grande do Sul estuda liberar os treinamentos normais caso a Capital esteja sob a bandeira laranja.
— Com bandeira vermelha não existe esta condição (treinos normais). Eu diria até que com uma bandeira laranja, com um achatamento da curva, poderíamos pensar e analisar. Vamos aguardar o pronunciamento do governador neste final de semana. Hoje, não vejo esta perspectiva. Existem muitos aspectos subjetivos. Se a curva estiver em decréscimo, é possível — revelou o Secretário de Esporte e Lazer do RS, Francisco Xavier de Vargas Neto.
O Secretário revelou que o Governo ficou surpreso com a decisão gremista de treinar em Criciúma. Segundo ele, é uma atitude justa e que não deve ser tratada como um dilema.
— A notícia pega o Governo de surpresa. De qualquer forma, é uma atitude que eu considero justa e legal quando se olha do lado do clube. Eu vejo críticas dizendo que o Grêmio está abandonando o barco, o Estado e seus torcedores. Eu não vejo desta forma. Se Santa Catarina está permitindo os treinamentos com contato e coletivos, é uma possibilidade que se apresenta. O Grêmio aproveita isso. Os números da pandemia em Santa Catarina são semelhantes aos nossos, mas ali existe a possibilidade de treinar. Eu não vejo isso como um grande dilema. A falta do treino coletivo com bola é uma necessidade, os jogadores já vinham se queixando — salientou Vargas Neto.
Entretanto, o secretário tratou de relembrar um fato novo desta semana. Afinal, mesmo sob todos os protocolos de segurança e prevenção, o Inter confirmou que quatro atletas testaram positivo para a covid-19 nesta terça (30). Segundo ele, está é a justificativa da preocupação governamental.
— A questão da bolha sanitária, vejam a surpresa que tivemos. Quero destacar a maravilha do trabalho feito pela equipe médica do Inter. Um trabalho maravilhoso do meu amigo doutor Luiz Crescente para averiguar a questão de saúde dos atletas. Uma gama alta de aparelhamento e testes utilizados. Outro dia me perguntaram porque teria perigo viajar para Pelotas quando era bandeira amarela ainda. Eu disse que o perigo era o contágio no ônibus. Me disseram que era uma bolha. Mas não é simples. Os jogadores vão para casa, vêem parentes, vão a supermercado e farmácias. O contágio é real mesmo com o excelente trabalho do Inter e Grêmio. Melhor do que isso não tem como fazer. É excelência e aconteceu. Esta é a perspectiva de preocupação do governo — alertou.
Por fim, Vargas Neto amenizou a declaração do governador Eduardo Leite, que disse na última segunda (29) que o futebol não é uma prioridade. De acordo com o Secretário, a declaração foi mal interpretada pelos profissionais do esporte.
— Será que o governador não foi mal interpretado quando diz que o futebol não é prioridade? Ainda mais quando a curva se acentua. Eu acredito que sim — avaliou.