Levar 3 a 0 do principal rival, dentro de casa, com um jogador a mais em boa parte da partida, foi a gota d'água para a saída de Luiz Carlos Winck do comando técnico do Juventude. É o típico resultado que torna a permanência do treinador insustentável, por mais que se defenda sequência de trabalho. Marquinhos Santos, jovem profissional que surgiu no Coritiba em 2012, está chegando para ser o novo comandante. É uma boa aposta.
O indicativo de que as coisas não vão bem pelas bandas do Alfredo Jaconi remonta a agosto do ano passado. Faltando 15 rodadas, Winck foi contratado para evitar a queda da Série B para a C. Pegou uma barca complicada. Acabou não atingindo o objetivo. Terminou em penúltimo.
Com o insucesso, o presidente Roberto Tonietto renunciou ao cargo. O clube teve que partir para uma reestruturação administrativa. O orçamento passou a ter outro patamar, com a redução das cotas de TV e de patrocinadores. A receita financeira desabou.
Agora sob o comando do presidente Walter Dal Zotto Júnior, o grupo de jogadores foi completamente reformulado para o Gauchão 2019. Chegaram 15 contratações. Winck recebeu um voto de confiança. A relação com os novos comandados acabou não dando liga. Os resultados positivos foram escassos no Gauchão. Fica evidente que falta poder de fogo aos jogadores. Erro na montagem do grupo. Só que sempre é muito fácil colocar tudo na conta do treinador.
Faltam duas rodadas para o Juventude escapar do pior, mas vejam só: dependendo do que acontecer, pode até se classificar entre os oito. Do inferno ao céu. Com 10 pontos na conta, primeiro terá que secar o Brasil-Pel, que tem sete, contra o São Luiz, e o Avenida, com seis, no duelo contra o Novo Hamburgo para evitar a aproximação. Depois, vai encarar o Noia no Estádio do Vale e pode decidir tudo contra o Avenida, na última rodada, em casa.
O que pode fazer com que a Papada acredite que a peteca não vai cair é que ocorra a repetição do bom momento recente na Copa do Brasil. Depois de eliminar o América-MG, vai encarar o Botafogo nos dias 4 e 11 abril. Até lá, a vida no Gauchão terá que estar resolvida por Marquinhos Santos.