Foi uma temporada atribulada e longe de ser a mais equilibrada do Flamengo. Mesmo assim, os cariocas comemoraram no domingo (10) seu sexto título relevante desde que, com as finanças organizadas, decolaram.
Vendo mais uma festa flamenguista, busquei um paralelo do que tivemos com a Dupla nesse mesmo período nas três principais competições. São seis títulos do Flamengo, duas Libertadores, dois Brasileiros e duas Copas do Brasil. Nenhum nosso. Batemos na trave em alguns anos, é verdade, mas ficamos no quase. Veja abaixo.
Flamengo
- 2019 – Libertadores, Brasileirão
- 2020 – Brasileirão
- 2021 – Semi da Copa do Brasil e vice da Libertadores, vice do Brasileirão
- 2022 – Libertadores e Copa do Brasil
- 2023 – Vice da Copa do Brasil
- 2024 – Copa do Brasil
Ainda é preciso incluir quatro Cariocas (19, 20,21, 24), Supercopa do Brasil (2020 e 2021) e Recopa Sul-Americana (2020)
A Dupla
- 2019 – Final da Copa do Brasil (Inter), semifinal da Libertadores (Grêmio)
- 2020 – Vice do Brasileirão (Inter), vice da Copa do Brasil (Grêmio)
- 2022 – Vice do Brasileirão (Inter)
- 2023 – Semi da Copa do Brasil e vice do Brasileirão (Grêmio), semi da Libertadores (Inter)
Não é pouco o que fazem Grêmio e Inter. O faturamento anual dos dois, somados, deu, em 2023, R$ 1,13 bi. O número é impulsionado pelo recorde do Inter, que, com o dinheiro da Liga Forte, bateu em R$ 685 milhões. O faturamento do Flamengo, sozinho, foi de R$ 1,3 bilhão. Ou seja, quase R$ 200 milhões a mais.
É inescapável, o Flamengo terá mais dinheiro porque tem mais torcida, consegue melhores valores em patrocínios e outras receitas, como TV. O que proponho aqui não é a discussão sobre como vamos alcançar o Flamengo. É provável que nunca aconteça.
Porém, é preciso discutir a fundo aqui na ponta sul do mundo como vamos encurtar essa distância. Esse debate é urgente. Isso que nem citei aqui o Palmeiras, que nesse período ganhou duas Libertadores, dois Brasileiros e uma Copa do Brasil. Também nem mencionei as SAFs, como as que fazem Botafogo, Atlético-MG e, agora, Cruzeiro ganharem músculos de candidatos ao Mr. Olympia.
Grêmio e Inter, pelos desafios financeiros que enfrentam, precisam ser valorizados por estarem sendo competitivos. Mas ser só competitivo já não resolve mais. Resolvia até um tempo atrás, nas Era pré-Flamengo rico, pré-Palmeiras abonado, pré-SAFs.
As fórmulas do Grêmio histórico de 1995, do timaço da Arena de 2016, 2017, do Inter papa-títulos de 2006 e 2010, essas, meus amigos, perderam o vigor. Ou entramos de cabeça numa revolução na forma de fazer o futebol, ou seremos espectadores de uma tarde de domingo como foi esse último.