No próximo final de semana, o Brasileirão voltará à ativa com ares de Football Manager ou, se preferir, no modo carreira do EAFC, o ex-Fifa, o jogo de futebol mais famoso do videogame. Os últimos dias da janela, fechada no último dia 2, reservaram contratações alternativas no futebol brasileiro.
O São Paulo anunciou um lateral-esquerdo da Irlanda do Norte, Jamal Lewis, e o Vasco, um meia suíço, Maxime Dominguez. O Botafogo, em movimento interno entre os clubes do seu dono, recebeu do Lyon um meia francês com descendência marroquina, Mohamed El Arouch, 20 anos. O Corinthians buscou em Portugal um atacante espanhol, Héctor Hernández, e prepara o anúncio de uma contratação de renome, a do holandês Memphis Depay. Há a possibilidade ainda de trazer, em negócio de ocasião, o lateral francês Kurzawa, livre desde a saída do PSG. Tirando Depay, é bom que se diga, nenhum deles é de prateleira alta no mercado.
São negócios de ocasião. Há duas interpretações possíveis aqui. A primeira é de que os clubes brasileiros estão pagando bem ao ponto de o nosso mercado virar atrativo para quem recebe em euros ou libra. A outra é de que o aumento no limite de estrangeiros abriu as porteiras.
Antes, os sul-americanos eram os alvos, pela vantagem econômica do Brasil em relação aos vizinhos. O ponto a ser discutido é que, como a maioria deles são jogadores medianos, estamos tirando espaço de jovens jogadores formados na base ou mesmo de emergentes. Hernández havia saído livre do Chaves, de Portugal. Maxime, do Gil Vicente.
Mesmo Depay, nome de maior relevo, topou vir para o Brasil depois de ver as principais portas da Europa se fecharem. A trajetória dele aponta que nunca foi, em clubes, o grande nome que brilhou na seleção holandesa, com a qual brilhou em Porto Alegre, em 2014, aos 20 anos. Depay começou no PSV e passou por United, Lyon, Barcelona e Atlético de Madrid.
O Lyon foi seu ponto mais alto. No Barça e no Atlético, teve alguns lampejos. Depay chegará com contrato de R$ 70 milhões e assinará até o fim de 2026. Ou seja, receberá cerca de R$ 2,3 milhões por mês. O patrocinador master do Corinthians pagará 80% do valor, conforme estava previsto no contrato. O ponto é que o patrocinador esteve nas manchetes na semana passada, numa operação em cinco Estados que bloqueou R$ 2 bilhões.
Será, no mínimo, curioso ver no futebol brasileiro esses novos estrangeiros alternativos. Os recém contratados se juntam a uma seleta lista do atual momento do Brasileirão, que já conta com nomes como Dimitri Payet, Yannick Bolasie e Martin Braithwaite, por exemplo. Veja abaixo.
Os estrangeiros alternativos no futebol brasileiro:
- Joel Campbell (Atlético-GO - Costa Rica)
- Bastos (Botafogo - Angola)
- Mohamed El Arouch (Botafogo - França)
- Menphis Depay (Corinthians - Holanda)
- Héctor Hernández (Corinthians - Espanha)
- Tobias Figueiredo (Criciúma - Portugal)
- Yannick Bolasie (Criciúma - Congo)
- Martin Braithwaite (Grêmio - Dinamarca)
- Jamal Lewis (São Paulo - Irlanda do Norte)
- Dimitri Payet (Vasco - França)
- Maxime Dominguez (Vasco - Suíça)
- Josué (Coritiba - Portugal)**
- Joel Tagueu (Paysandu - Camarões)**
- Sabit Abdulai (Botafogo-SP - Gana)**
- Yusupha Njie (Santos - Gâmbia)**
- Éric Davis (Vila Nova - Panamá)**
**Série B
*Colaboração: Leonardo Bender