Chegou o dinheiro. O Inter espera para até sexta-feira (3) o depósito de R$ 109 milhões em sua conta. O valor corresponde a 50% do que o clube receberá pela negociação feita através da Liga Forte Futebol. Os outros R$ 109 milhões entrarão nos cofres em duas parcelas, a serem pagas daqui 12 e 18 meses.
São, como se percebe na soma, R$ 218 milhões, referentes à parte do Inter pela venda de 20% dos direitos comerciais do bloco de 25 clubes com o fundo liderado pela LCP Partners e que ganhou nos últimos dias a adesão do fundo de investimentos norte-americano General Atlantic. "Um fundo porrada, com mais de US$ 70 bilhões em ativos", exultou uma fonte ligada à LFF.
Ao todo, os 25 clubes do bloco dividirão R$ 2,6 bilhões. Em troca, os investidores terão direito a um quarto do valor arrecadado pelos clubes com direitos comerciais pelos próximos 50 anos. A partir de agora, os clubes e os investidores constituirão uma empresa para tratar da venda dos direitos de TV no mercado.
O atual contrato termina em 2024. O próximo ciclo, de cinco anos, se inicia em 2025. Pelas práticas do mercado, essa negociação está atrasada em, pelo menos, um ano. A discussão em torno da criação da Liga Unificada, seguida da divisão dos 40 clubes em dois blocos, acabou por retardar esse processo.
No caso do Inter, ainda houve uma acirrada discussão no Conselho Deliberativo. O debate, com a apresentação da proposta da LFF, começou em março, um mês depois de o Inter ter assinado um MOU (memorando de intenções), em 6 de fevereiro. Acabou suspenso e foi retomado na metade do ano.
Movimentos de oposição solicitaram que uma apresentação da Libra, com proposta, também fosse levada aos conselheiros. Vencida essa etapa, veio a votação, que teve cara de prévia da eleição presidencial que se avizinha. Os dois blocos, de situação e oposição, se posicionaram em lados opostos. No dia 25 de julho, por 157 votos a 145, foi aprovada a adesão ao acordo da LFF com os investidores.
O Inter já tem destinação para essa primeira parcela. O clube pretende pagar débitos judiciais e amortizar sua dívida bancária, para reduzir juros. Só neste ano, a projeção é de que o clube pague R$ 80 milhões em juros aos bancos. Por isso, 90% do dinheiro da LFF será destinado ao pagamento de dívidas. Os outros 10% servirão para dar a largada no CT de Guaíba, numa obra estimada em R$ 60 milhões.