Antes de tudo, foi um jogo sensacional de se assistir. O próprio placar diz tudo, com um chamativo 4 a 4. Ou seja, na média, tivemos um gol a cada 14,2 minutos, contando os acréscimos. Para efeito de classificação, o festival de gols acabou sendo sem efeito para os dois.
O Grêmio manteve-se em terceiro, mas sem diminuir com mais força a diferença em relação ao Botafogo e sem encostar no Palmeiras, o vice-líder. Em relação ao Corinthians, segue a ameaça do Z-4, agora distante apenas três pontos. Para o Grêmio, que chegou a abrir dois gols de vantagem, levar a virada e depois voltar a estar na frente, o empate ainda trouxe o amargor de um pênalti sonegado no final da partida.
Seria o lance que decretaria um histórico 5 a 4. Porém, Wilton Pereira Sampaio não viu a bola bater no braço de Yuri Alberto. O VAR, mesmo com todas as câmeras, revisou, olhou por outros ângulos e concluiu que não houve um pênalti que, vamos combinar, era perceptível a léguas de distância.
Erros se repetem
O erro de Wilton acabou manchando uma noite de gols, de dois times que buscaram sempre o jogo ofensivo. Wilton, aliás, foi personagem em mais um jogo do Corinthians no qual um pênalti com a mão é sonegado. Era ele o árbitro naquele lance de Ramiro no Beira-Rio, na última e decisiva rodada do Brasileirão 2020.
O torcedor, é claro, tem todo o direito de ter se deliciado com um jogo de oito gols. Porém, para quem precisa analisar de forma mais fria, é obrigação salientar que a festa de gols na NeoQuímica Arena aconteceu também porque os dois times mostraram suas fragilidades.
O Grêmio teve mais uma prova de que precisa jogar fora como faz na Arena. Quando marcou alto, ocupou o campo do adversário e foi agressivo no ataque, fez 2 a 0. Recuou e levou o 3 a 2 em seis minutos, sem passar do meio-campo. Renato colocou Galdino e Ferreira nos lugares de Nathan e Cristaldo. Voltou a jogar de forma aguda e fez 4 a 3.
Quando passou a jogar para gerir sua vantagem, acabou envolvido e levou o empate. Poderia ter saído de São Paulo com bem mais. Porém, houve o pênalti ignorado e uma decisão que, vamos combinar, faz o VAR algo supérfluo.