A façanha não veio. Houve até momentos que alimentaram a esperança, com domínio, chances criadas e uma sensação de que o primeiro gol viria, para mudar o cenário do confronto. Mas aí vieram três trocas de Renato ao mesmo tempo, e o time se desestruturou.
Até ali, o Grêmio tinha mais desarmes, mais arremates, mais chances criadas. Eram 17 minutos do segundo tempo quando Renato mandou a campo Pepê, Besozzi e João Pedro Galvão nos lugares de Carballo, Cristaldo e Bitello. Foi um erro mexer naquele momento em que o Grêmio era dono do jogo, tinha criado chances e provocava reações da torcida do Flamengo.
O domínio do Grêmio era tamanho que, ao mesmo tempo, Jorge Sampaoli trocava Gabigol por Thiago Maia. Tirava seu principal atacante por um volante e posicionava Arrascaeta como um falso nove. Pouco mais de 10 minutos depois, viria o pênalti flagrado pelo VAR, com a bola no braço de Rodrigo Ely, o 1 a 0 e o fim do sonho da virada.
O 3 a 0 no confronto não deixa margem para questionamentos sobre a superioridade do Flamengo. Mas o contexto do jogo no Maracanã mostra que, pelo menos, o confronto poderia ter tido outro roteiro. O Grêmio teve chances muito claras de marcar, com Bitello e Suárez, antes de levar o 1 a 0. O gol foi o nocaute, mas pouco antes o time já havia perdido seu ímpeto.
O que ficou foi uma jornada alentadora do Grêmio. Foram 60 minutos de enfrentamento com o Flamengo. Sampaoli, é verdade, fechou mais seu time. Tirou Everton Ribeiro e apostou em um tripé no meio, com Pulgar de cinco, Gérson e Vitor Hugo como vértices à sua frente. Pensou em jogar atacando os espaços do Grêmio, que pouco foram concedidos.
A marcação agressiva, com perseguições de Carballo e Villasanti nos calcanhares de Vitor Hugo e Gerson. Isso fazia com que o Flamengo vivesse das individualidades do seu triou da frente. Poucas vezes ela apareceu. Por outro lado, o Grêmio teve chances de marcar e até acertou o poste, com Ferreira.
Suárez, aliás, precisa resgatar seus melhores dias. Desde o Coritiba, jogo no epicentro da discussão sobre sua saída, ele não marca. Mais, perde chances que não casam com seu perfil matador. Quando entraram Besozzi, Pepê e João Pedro, o ímpeto ofensivo arrefeceu, apesar de serem todos jogadores com aptidão de ataque.
Ficou, para a torcida, o sentimento de que o time pode jogar em alto nível. Mas ficou também o amargor de cair por 3 a 0 no confronto e uma dificuldade recente contra esse Flamengo, que venceu 11 dos últimos 15 jogos contra o Grêmio.