O Grêmio discute internamente os próximos passos com Luis Suárez. Há a promessa de liberá-lo para se consultar em Barcelona com seu médico de confiança, o catalão Ramon Cougat. Só que isso aconteceria, pelo planejamento do clube, apenas depois da partida de volta contra o Bahia, no dia 12. Ou seja, daqui uma semana.
Há pressa de Suárez em viajar. Pretende ouvir o quanto antes o diagnóstico e as recomendações de seu médico. Porém, antes disso tudo tem o confronto direto com o líder Botafogo, que pode encurtar para quatro pontos a diferença entre os dois no Brasileirão, e a decisão com o Bahia, por vaga na semifinal da Copa do Brasil.
O temor em todo o contexto gremista é de que Suárez embarque para Barcelona e fique sem data para voltar, dependendo do diagnóstico de Cougat. O suplemento esportivo do El País, o Ovación, publicou na madrugada de quarta, duas horas depois do fim da partida em Salvador, que o centroavante trabalhava com duas possibilidades: cirurgia no joelho, para recomposição da cartilagem, ou um tratamento com PRP (plasma rico em plaquetas).
Cougat, conhecido como o "Messi da Medicina", apresentou em 2022 um método em que usa fragmentos da cartilagem rompida com PRP.
— O método consiste em pegar a cartilagem que se desprendeu e mesclá-la com fatores de crescimento, que são proteínas extraídas do nosso sangue, do nosso plasma e da nossas plaquetas — explicou Cougat, em entrevista concedida em maio de 2022.
Com essa técnica, garante o médico, é possível evitar uma artrose precoce. O que seria o caso de Suárez. Porém, todo esse processo requer uma intervenção cirúrgica. O que colocará um ponto final na temporada do uruguaio. A recuperação levaria de seis a oito meses. O Grêmio sabe desse risco.
Por isso, tentou elaborar um planejamento para que ele seja usado em jogos pontuais e tenha aliviada a sua carga de treinos. Porém, aqui reside um ponto de atenção. Suárez é o tipo de jogador que vai sempre ao limite, não se poupa. Tanto que pediu para jogar contra o Bahia no sábado, quando a intenção de Renato era preservá-lo, para que estivesse em campo pela Copa do Brasil.
Evidentemente que, em primeiro lugar, está a saúde do atleta. O Grêmio parte desse princípio. Porém, é inegável que existe o temor de que uma cirurgia o tire de ação por alguns meses, o que não livra o clube de seguir pagando seu salário de pouco mais de R$ 2 milhões mensais.
Em entrevista aos colegas do programa Bola nas Costas, da Atlântida, o presidente Alberto Guerra confirmou que o clube é responsável por uma fração dos vencimentos e conta com parceiros para completar o restante.