Foi com drama, com chuva e com um goleiro como personagem. O Grêmio está, mais uma vez, numa semifinal da Copa do Brasil, sete meses depois de sair do calvário da Série B. Uma amostra do resgate do clube, da sua retomada vigorosa, do seu caminho de volta com passos firmes e pensamento do compatível com o seu tamanho.
Há muito a corrigir, há trabalho para Renato fazer no ajuste do time. Mas há tempo para isso. O fato importante da noite é que este Grêmio avançou e entregou para a sua torcida um lugar entre os quatro melhores da Copa do Brasil, a competição que parece ser seu mundo.
Aliás, os mais de 35 mil que foram à Arena numa quarta-feira que choveu um mês inteiro em Porto Alegre mereciam esse presente. Foi tanta chuva que o jogo esteve a ponto de ser adiado. Começou com uma hora de atraso, quando ela deu uma trégua.
Para quem imaginou que a partida seria protocolar, o Bahia deu uma lição de que, em futebol, nunca há vencedor antes do jogo. Ainda mais se esse jogo é por uma Copa. Os baianos valorizaram e muito a classificação gremista.
Como haviam feito no jogo de ida, em Salvador, foram predominantes no primeiro tempo. Repetiram a estratégia de colocar Kaiki e Ademir às costas dos volantes e batendo direto com a zaga gremista. Levaram vantagem sempre, encontraram espaços e fizeram o jogo ficar elétrico.
Mesmo com o domínio baiano, a melhor chance havia sido do Grêmio, em pênalti desperdiçado por Cristaldo. No último lance antes do intervalo, veio o gol de Everaldo. A noite se desenhava com estragos na Arena. Porém, Renato fez uma mudança que mudou os rumos.
Ferreira entrou no lugar de Kannemann, e o Grêmio passou a dominar. Empatou em jogada dele e saiu para buscar o segundo. O Bahia também saiu atrás do mesmo, e o final da partida foi trepidante. O Grêmio acertou a trave uma vez, o Bahia, duas. Vieram os pênaltis, a estrela de Gabriel Grando e a alma lavada dos gremistas. Pela chuva e por uma competição que parece ser sua.