O Grêmio está nas quartas de final. E chegou lá no melhor modo Grêmio, com muita entrega, estratégia e transpiração. Renato teve mão direta nesta classificação. Ele reconfigurou o time do espaço entre o jogo de ida e o de volta. Mudou sistema, forma de jogar e ideia. Saiu o time de toque e posse e entrou um time de transições e marcação mais severa.
No caso do time que venceu o Cruzeiro por 1 a 0, no Mineirão, houve uma variação para um time de linhas baixas, reativo, que deu a bola para o adversário e saiu para jogar nos vacilos dele. Não teve a bola, não teve tantos arremates, mas teve um modelo de marcação devotado e que, como requer confrontos de Copa, contou com a pitada de sorte que faz de jogadores personagens da vitória. Casos de Grando, Kannemann e Bruno Alves, que fizeram a última linha de resistência a evitar o empate.
O desenho do confronto em Minas teve como lances de estratégia a manutenção de Cuiabano como extrema pela esquerda no 3-4-3 e a postura de entregar a bola para o Cruzeiro, um time de transição, de imposição, mas de pouca criatividade com a bola.
Renato assistiu ao confronto dos mineiros com o Cuiabá e viu o quanto eles têm dificuldade de criar quando são os donos das ações. No primeiro tempo, o Grêmio teve 33,6% de bola. No segundo, 36,7%. Não é o mundo ideal deixar o adversário comandar as ações. Tampouco é a melhor solução para uma partida. Porém, era o que o momento exigia.
Jogos de Copa exigem estratégias e situações específicas. Foi o que fez Renato e, por isso, saiu vitorioso do Mineirão. Jogou o que o jogo pedia e acionou o modo Grêmio que marcou muitos dos seus grandes momentos na Copa do Brasil, da qual é um dos grandes campeões. Mais um capítulo dessa história, aliás, foi escrito na noite desta quarta-feira (31).