Foi um jogaço, antes de qualquer análise a ser feita. Um jogaço em um gramado horroroso, que maltrata a imagem de um templo do futebol mundial. Mesmo com essa dificuldade com o básico, que é o piso do jogo, Flamengo e Grêmio esgrimiram em alto nível.
O 3 a 0 dos cariocas, embora toda produção e luta dos gaúchos, resume bem a distância que separam os dois times neste momento. O Flamengo mostrou mais eficiência, mais qualidade e mais variação. Está acelerando de novo, pegando embalo sob o comando de Jorge Sampaolli. Os três gols foram a prova de sua eficiência e da qualidade individual com que conta.
O Grêmio, apesar da distância do placar, fez um grande papel. As 20 finalizações no jogo, sendo duas no poste, mostram isso. Em nenhum momento deixou de jogar. Quando saiu para o intervalo, com o 1 a 0 de Cebolinha, havia ameaçado com Cristaldo e Suárez.
No segundo, levou o 2 a 0 ao sucumbir à pressão de um Flamengo que, mesmo em vantagem, nunca deixa de querer mais. Não se agarra ao placar mínimo. Pelo contrário, busca sempre o placar máximo. O gol de Pedro veio porque houve pressão alta em João Pedro, seguida de roubada de bola e arremate certeiro do centroavante de Tite na Copa.
A postura do Grêmio depois disso fez com que o jogo tenha ganhado contornos de duelo. Suárez passou a investir sobre a defesa, a abrir espaço e a criar ocasiões. Renato mostrou variação, mais uma vez. Tirou Kannemann e João Pedro e colocou Nathan e Galdino. Puxou Bitello para a lateral e passou a jogar pressionando a última linha do Flamengo.
Criou chances, mas não converteu. O Flamengo, sim. Até porque, quando começa a mexer, Sampaolli vai trocando e agregando. O 3 a 0 mostrou isso.