Era esperada a vitória do Grêmio sobre o Aimoré. Assim como era previsível que Suárez, na Arena, voltasse a fazer gols depois de passar em branco no meio da semana. A goleada de 3 a 0, com dois do uruguaio, seguiu um roteiro previsível. O que não estavam previstas eram as dificuldades impostas pelo Aimoré no primeiro tempo. No saldo final da tarde deste sábado (4) de feriadão é que acabou sendo uma jornada valiosa para ajustes e conclusões sobre este Grêmio em construção.
Há muitos parafusos a serem apertados nessa máquina nova montada por Renato. Há também peças que ainda precisam ser melhor observadas até que se defina quem irá compor esse mecanismo todo. O que ficou claro é que, se pretende usar um meio-campo com Carballo e Pepê nas funções mais recuadas, necessariamente precisa ter uma marcação mais alta e efetiva.
O Aimoré, mesmo com suas limitações, encontrou espaços e fez um jogo de igual para igual até os 40 minutos de jogo. Tinha, inclusive, mais arremates a gol (4 a 2) e dividia a posse de bola em 50%. Trocava quase o mesmo número de passes do Grêmio. Isso porque tinha espaço para articular e acionar seus extremas e laterais, que subiam livres. Seus volantes articulavam com facilidades.
Renato corrigiu isso adiantando suas linhas. Passou a pressionar a saída de trás do Aimoré. Até mesmo o goleiro William, de bom controle com os pés, passou a ser acossado. O Grêmio tomou conta do jogo, dominou e criou chances em série. Com o domínio das ações, encontrou espaços e seu centroavante. Suárez mostrou, mais uma vez, sua altíssima capacidade de finalização. Fez um gol de cabeça, fugindo até de suas características, e outro aproveitando falha do zagueiro. Deu luz e sorrisos a uma tarde que deixou rastros para preocupação. O que é salutar. Afinal, é muito melhor corrigir e ajustar com 100% de aproveitamento e a torcida em estado de graça.