Foi como os argentinos gostam, com sofrimento, com drama. E foi fundamental para evitar a vergonha de cair da Copa no segundo jogo. Porém, há um bom caminho pela frente para Lionel Scaloni ajustar esse time. O 2 a 0 sobre o México veio através das individualidades. De Lionel Messi e de Enzo Fernández, um guri de 21 anos e cuja entrada mudou o jogo.
Até ele substituir Guido Rodríguez, a Argentina patinava com a falta de processo coletivo. Guido recuava entre os zagueiros, fazia uma saída de três para que a bola chegasse a Messi. Porém, quando ela chegava, havia sempre um Herrera ou um Gutiérrez para fazer sombra a ele.
Foi quando Fernández entrou que a Argentina passou a contar com um jogador a mais na linha de criação do meio. Mesmo que ele seja um meio-campista de duas áreas, sua qualidade técnica fez diferença e equilibrou um setor que tinha apenas MacAllister tentando algo.
O primeiro gol teve pré-assistência dele, um guri formado no River, emprestado ao Defensa y Justicia campeão da Sul-Americana 2021 e que voltou ao River para, em seguida, decolar para o Benfica. O segundo foi um golaço dele. O escanteio curto chegou ao seu pé para, depois de ele enquadrar o corpo, cumprir uma parábola até o ângulo de Ochoa.
A Argentina, sem Lo Celso, perdido às vésperas da Copa, está se encaixando com o Mundial em andamento. Ainda carece de maior poder coletivo, mas já descobriu para o seu meio-campo alguém capaz de equilibrar uma equipe que, até os 20 do segundo tempo, estava nervosa e perdida em seus descaminhos.